A Marinha informou que o Consórcio Águas Azuis venceu a concorrência para construção das quatro corvetas classe Tamandaré. O consórcio é formado pelas empresas Atech Negócios em Tecnologias S.A,Embraer S.A e Thyssenkrupp Marine Systems GmbH, contando com as seguintes empresas subcontratadas: Estaleiro Aliança S.A (Oceana/CBO), Atlas Elektronik e L3 MAPPs. A proposta final foi enviada no último dia 8 de março. O consórcio selecionado alcançou, na fase de seleção, os índices de conteúdo local de 31,6% para o primeiro navio e média de 41% para os demais navios da série, sendo formado pelas empresas. A proposta selecionada apresenta um projeto de um navio de propriedade intelectual (NAPIP) da empresa alemã TKMS, baseado nos navios da classe “MEKO A100”.
A Emgepron iniciará as ações para a assinatura dos contratos com a futura SPE “Águas Azuis” e a previsão é que o contrato principal e os demais contratos coligados (transferência de tecnologia, apoio logístico integrado e compensação), para a obtenção de até quatro navios, serão assinados preferencialmente até o final deste ano, de acordo e em conformidade com as condições previstas na RFP (request for propose). A previsão da entrega definitiva dos navios à Marinha está prevista para o período entre 2024 e 2028, com a possibilidade da geração de cerca de 2000 empregos diretos e 6000 empregos indiretos. Os investimentos são da ordem de US$ 1,6 bilhão.
Manutenção– A Marinha informou que pela primeira vez negociará, simultaneamente, a estruturação do gerenciamento do ciclo de vida dos navios, incluindo o contrato de apoio ao serviço (manutenção pós-venda). “Tal iniciativa, dependendo do sucesso alcançado, contribuirá para maior disponibilidade operativa dos futuros navios durante todo o ciclo de atividades, além de contribuir para maior perenidade de negócios para a base industrial da defesa (BID)”, diz a força naval em nota.
O processo transcorreu ao longo de 15 meses, a partir da divulgação da RFP, em 19 de dezembro de 2017. Durante esse período foram executadas as fases de questionamentos, análise e refinamento das propostas, seguido por negociação, envolvendo a emissão de 386 circulares entre a gerência do projeto e as proponentes. Na decisão, a Marinha afirma ter se baseado em dois instrumentos principais: análise multicritério à decisão (AMD) e análise de riscos.
A Marinha destacou que a seleção contou com apoio técnico em áreas específicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A análise foi composta por 215 critérios, com a participação dos especialistas das diretorias técnicas e do setor orçamentário/financeiro da Marinha, englobando as seguintes áreas de análises: plataforma; sistemas de combate; comunicações & TI; aeronaves; proposta comercial e tributos; capacidade técnica dos estaleiros acionais; ciclo de vida; e transferência de tecnologia, compensações e conteúdo local.
FONTE: Por Danilo Oliveira
(Da Redação)