Projeto das fragatas tem estimulado cadeia produtiva de defesa
João Batista [editores@diarinho.com.br]
Destaque nacional no setor náutico e naval, Itajaí deve ampliar ainda mais os negócios com novas iniciativas. Na indústria da defesa, os investimentos são discutidos com membros do Ministério da Defesa nesta segunda e terça-feira, no Elume Park. Já a economia do mar ganhou em Brasília uma frente parlamentar pra trabalhar especificamente pelo setor náutico, com lideranças de Itajaí.
Um dos objetivos do encontro é debater a atuação de Itajaí como um polo para a indústria de defesa, especialmente devido ao projeto das fragatas da Classe Tamandaré, em construção no TKMS Estaleiro Brasil Sul. Na terça, a comitiva do Ministério da Defesa terá reunião com o prefeito Robison Coelho (PL), na prefeitura.
A visita a Itajaí será encerrada no estaleiro das fragatas, em recepção conduzida pelo diretor-executivo do consórcio Águas Azuis, Fernando de Queiroz. Os representantes do governo federal vão conhecer a fragata Tamandaré, o primeiro navio militar do programa construído em Itajaí e em fase de testes finais pra entrega à Marinha do Brasil até o final do ano.
Itajaí lidera criação da Frente Parlamentar da Economia do Mar
O setor náutico ganhou nova força pra estimular os negócios. Na semana passada, o Senado Federal criou a Frente Parlamentar da Economia do Mar, tendo o senador catarinense Esperidião Amin (PP) como o primeiro presidente. O grupo iniciou com 31 senadores e 23 deputados federais na formação.
A criação da frente teve participação do presidente da Câmara de Vereadores de Itajaí, Fernando Pegorini (PL), que articulou a iniciativa ainda no início do ano, junto com Amin. A ideia é que o grupo promova políticas públicas voltadas ao desenvolvimento do setor náutico, pesqueiro e de transporte marítimo.
Pegorini esteve na reunião de instalação da frente em Brasília (DF), onde Itajaí foi destacada como cidade referência na economia azul e berço da proposta que agora alcança projeção nacional. “Itajaí tem um papel fundamental no fortalecimento da economia do mar. Foi na câmara de vereadores que essa discussão começou, reunindo o setor náutico e levando a pauta até o Senado Federal”, frisou.
Em Brasília, Pegorini ainda pediu apoio pra Itajaí ser reconhecida como capital náutica do país e quer trazer a ideia de uma secretaria municipal da Economia do Mar. “A gente já vem debatendo o Porto de Itajaí, entre outras coisas, pra colocar numa secretaria, mas essa é uma ideia importante e eu peço o apoio político dos demais para que a gente possa sensibilizar o nosso prefeito Robison Coelho”, disse.
7% do PIB brasileiro e 5% dos empregos formais
Segundo informações do Senado, a economia azul responde por 7% do PIB brasileiro e 5% dos empregos formais, movimentando R$ 2 trilhões por ano, entre atividades de pesca, exploração de petróleo e gás, transporte marítimo e turismo náutico.
Para Leandro “Mané” Ferrari, presidente da Associação Náutica Brasileira, a frente representa um “reconhecimento histórico” que tira o setor náutico da categoria de luxo. Conforme ele, o setor gera mais de 400 mil empregos diretos e indiretos apenas em Santa Catarina.
“É o único setor que integra e movimenta todas as cadeias econômicas do turismo, da hotelaria à gastronomia”, ressaltou. O empresário Ernani Parciornik, diretor-executivo do grupo Náutica e criador do Boat Show, também esteve na instalação da frente parlamentar.
Ele reforçou a importância da iniciativa, mas alertou sobre os impactos que novos impostos podem causar na cadeia produtiva. O setor é contra propostas como a do IPVA para embarcações e o imposto seletivo. “Se essas medidas realmente forem aplicadas, será um golpe duro para quem trabalha e investe no setor náutico. Precisamos de incentivo, não de barreiras”, adiantou.
FONTE João Batista – DIARINHO